quinta-feira, 28 de maio de 2009

Entrevista com a Profa. Dra. Maria Teresa Atta*


*Professora Associada do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Bauru -Universidade de São Paulo

Restaurações de classe V: resina X ionômero.

As cavidades de classe V são aquelas que se situam no terço gengival das superfícies lisas vestibulares ou palatinas/linguais dos dentes, desenvolvidas a partir de uma lesão cariosa ou de um processo de abrasão/erosão. (BUSATO et al., 1997).
As resinas compostas são amplamente utilizadas para restauração de dentes anteriores e posteriores devido às suas características estéticas, adesão à estrutura dentária e propriedades mecânicas adequadas. Entretanto, apresentam contração de polimerização que constitui o maior problema desse material (LABELLA et al. 1999). Essa contração de polimerização pode comprometer a adaptação marginal da restauração e levar à reincidência de cárie devido à microinfiltração de bactérias, fluidos, substâncias químicas, moléculas, íons (ABOUSHALA et al. 1996; KIDD, 1976; SILVA E SOUZA JÚNIOR, 1998). Essa infiltração acontece com maior freqüência na parede cervical de restaurações classe V, quando há ausência de esmalte. (ANDRADE, 1996; CRIM, 1987; GORDON, 1985; MATHIS, 1990).
O cimento de ionômero de vidro apresenta adesão físico-química com as estruturas dentárias (Navarro et al. 1998, Silva 2000), baixo módulo de elasticidade, biocompatibilidade e liberação de flúor que contribui para diminuição da reincidência de cárie (Mount et al. 1992, 1999, Mc Cabe 1998). No entanto, apresenta uma estética deficiente e não tem boa resistência á abrasão. Restaurações de Classe V com esse material apresentam um desgaste acentuado em pouco tempo de vida clínica.
A necessidade de contornar a infiltração marginal e obter uma boa retenção levou ao emprego dos cimentos de ionômero de vidro sob restaurações de resina composta (ARAÚJO, 1995; DIETRICH, 1999; MARTIN, 1993; PAZINATTO 2003). Dessa maneira é possível aliar as vantagens dos 2 materiais proporcionando uma restauração com estética e resistência à abrasão satisfatórias e boa adaptação marginal, além de diminuição da reincidência de cárie pela liberaçãode flúor.
Sendo assim, a melhor alternativa para restaurações classe V é a associação dos materiais, cimento de ionômero de vidro e resina composta ou o emprego de CIVMRs.

Colaboração: Larissa Marinho Azevedo - Mestranda em Dentística da FOB-USP.

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